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O Talegre foi "tomado por eucaliptos", mas há quem lute para o resgatar

Uma caminhada cultural dinamizada pelo Museu de Agricultura de Fermentões procurou alertar para a necessidade de intervir no Talegre. Sítio de um antigo castro, agora "tomado pelos eucaliptos".

18 abril 2021 > 11:59

Nos tempos da meninice de muita gente de Fermentões, havia quem recorresse ao Talegre, sítio de um antigo castro, para recolher musgo, filo essencial para ornamentar o presépio de Natal da igreja que ficava perto. Agora, lamenta Manuel Ferreira, protagonista de muitos anos de associativismo na freguesia, “já não é assim”. Mesmo os escuteiros, “que conhecem bem o sítio”, já não o visitam. É que o espaço envolvente deste “local muito antigo” foi “tomado por eucaliptos”.

Num esforço para alertar as autoridades e tentar resgatar aquele lugar histórico para a comunidade, o Museu de Agricultura de Fermentões organizou uma caminhada cultural até ao local – que já foi conhecido como Monte Alegre de Santa Eulália de Fermentões – no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS).

O Talegre é um nome muito antigo, dos tempos romanos e pré romano e tem vestígios de um antigo castro. Foi abandalhado há muitos anos e os eucaliptos tomaram conta do espaço envolvente”, indica Manuel Ferreira, que fundou a Casa do Povo de Fermentões e presidiu à Junta de Freguesia entre 1971 e o final de 1974.

Em articulação com o Laboratório da Paisagem, a iniciativa ocorreu neste sábado, dia 17. Pelo início da tarde, cerca de 15 pessoas” partiram à descoberta do Talegre. O espaço que encontraram contrastou com a imagem que muitos guardam de um local várias vezes descrito por Martins Sarmento. “O que mais nos surpreende é que há 60 anos não havia eucaliptos, tinha meia dúzia de árvores e do alto do Talegre conseguia-se ver a Penha, o vale de Creixomil, o vale de Silvares, o vale de Fermentões e todo o vale de São João de Ponte”. “Agora”, lamenta Manuel Ferreira, “não se vê nada”. “A nossa preocupação é alertar as autoridades para aquele sítio, recuperar alguma coisa”.

Sessão sobre o Selho

A pandemia obrigou a que, no passado, o Museu de Agricultura de Fermentões não avançasse com qualquer plano para assinalar o DIMS. Para este ano, estava prevista a realização de uma sessão pública sobre a ecovia do Selho. A expetativa é que a iniciativa integre o programa o Dia Internacional dos Museus, em maio.

No entanto, este domingo, está prevista a colocação nas redes sociais do Museu de Agricultura de Fermentões de elementos da caminhada ao Talegre, bem como um trabalho de Apolinário Teixeira sobre o mesmo local.

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