O TERB “faz” e “leva” teatro às escolas – e isso “faz falta”
A companhia associada ao Círculo de Arte e Recreio quer difundir o teatro pelos mais jovens e promover a descentralização cultural. Começou o trabalho em Moreira de Cónegos e vai a Ronfe em janeiro.

O Teatro de Ensaio Raúl Brandão (TERB) tem a missão bem definida: fazer teatro para as escolas – mas não só. Mais do que “fazer”, a palavra-chave também é “levar” aos estabelecimentos de ensino. “Faz falta”, considera Miguel de Riba, responsável pela encenação de Auto da Barca do Inferno do TERB do Círculo de Arte e Recreio que, ao abrigo do projeto PNL, quer levar as obras do Plano Nacional de Leitura aos mais jovens do concelho.
E para isso é preciso chegar às escolas. Há, no entanto, “pouca oferta”: “Nenhuma associação ou companhia faz essa parte”, diz Miguel de Riba. E isso reflete-se nos espetadores que visitam assiduamente salas de espetáculos para ver uma peça. “Uma coisa que se sente imediatamente quando olhamos para a plateia é que essa faixa etária, a dos mais novos, é muito reduzida”, explica.
O trabalho pedagógico que o TERB começou em Moreira de Cónegos (entretanto já mostrou a dois agrupamentos no Auditório Nobre da Universidade do Minho, em Guimarães) e vai levar a Ronfe em janeiro “é uma maneira de estimular as crianças para esta arte e educar públicos”. Depois, segue-se a encenação de Ulisses. A descentralização cultural é um dos principais objetivos.
Ramo das artes de expressão do Círculo de Arte e Recreio, o TERB é desde há décadas impulsionador do teatro amador no panorama concelhio e nacional. Miguel de Riba fala em “grande responsabilidade” – até “pelo peso que o próprio nome do CAR guarda em si”, pontua. “Temos o que é necessário para manter o bom nome do TERB. Esteve parado durante alguns anos e a pandemia não ajudou. É muita responsabilidade aliada a muita vontade de fazer melhor e manter essa tarimba que o grupo tem”.
O regresso do TERB aos palcos aconteceu em outubro, altura em que “Pillowman” subiu ao palco do Centro Cultural Vila Flor, no âmbito do Mostra de Amadores de Teatro. Havia saudade. “O que nós mais queríamos era o regresso aos ensaios e aos palcos, é, no fundo, a vida que queremos”, frisa.