Se faltar acordo para Santo António, Loja do Cidadão fica perto da Câmara
Conjunto da biblioteca ao edifício da GNR acolhe serviço se negociações falharem. Bragança diz que prefere solução inicial para dinamizar comércio, mas diz que um dos proprietários rejeita o preço.

O edifício do Centro Comercial Santo António, na rua com o mesmo nome, é a solução preferencial para a instalação da Loja do Cidadão, mas a Câmara Municipal já tem um plano B, para avançar ainda neste mês, caso as negociações para a aquisição do imóvel falhem.
Esse plano envolve o conjunto de edifícios entre a Biblioteca Municipal Raul Brandão e o entroncamento com a travessa da Senhora Aninhas – “edifício do leite”, antigos serviços financeiros da Câmara, edifício amarelo em frente e o próprio edifício da GNR, que alberga hoje a Polícia Municipal.
“Se na rua de Santo António não conseguirmos a aquisição do edifício, avançamos de imediato para a requalificação destes edifícios que são propriedade da Câmara, incluindo o edifício amarelo ao lado da Câmara”, adiantou Domingos Bragança, no fim da reunião do executivo municipal, decorrida nesta quinta-feira.
Esse “imediato” dá-se caso o negócio pelo Centro Comercial Santo António não se concretize nos próximos 15 dias. Nesta fase, dois proprietários já aceitaram vender a sua parte à Câmara, sendo um deles o banco Montepio, pelo “preço que resultou da avaliação”, detalhou. Há, contudo, um “terceiro que parece não concordar”.
“Apesar de estar aberta a negociação, este terceiro diz que o preço oferecido pela Câmara é muito abaixo do esperado. Poderá ficar sem efeito a operação na rua de Santo António”, explicou o autarca, sem esclarecer o valor oferecido. “O esforço a que a Câmara está disposta na rua de Santo António é para dinamizar o comércio de rua. Não estamos longe, mas a Loja do Cidadão poderá dar um bom impulso”.
Apesar de ver a rua de Santo António como a solução preferencial, até pelo “pouco negócio e movimento” a que está sujeito o centro comercial, Domingos Bragança rejeita avançar para qualquer expropriação quando a Câmara dispõe de edifícios devolutos e sem uso em frente à sua sede, ainda para mais quando é proprietária – a exceção é o edifício amarelo contíguo à escultura da Paixão de Cristo, que precisa de ser negociado.
Os imóveis que, a seu ver, merecem uma intervenção mais cuidada são o designado “edifício do leite”, ao lado da biblioteca, que a seu ver, tem “uma claraboia belíssima” e poderia também dar uma sede para a Assembleia Municipal, e o da GNR, enquanto corpo estranho no cenário urbano que o rodeia.
“A intervenção será muito cuidada para o integrar no centro histórico. No passado, já se pensou demolir o edifício, mas muitos arquitetos entendem que, com uma requalificação muito cuidada, podemos integrar o edifício no centro histórico”, frisa Domingos Bragança. O anterior vereador para o urbanismo, Fernando Seara de Sá, sugeriu até um jardim vertical no conjunto.