Há seis anos, Maria Veloso fundou a associação PPA – Um Pensamento, uma Palavra, uma Atitude. Atual vice-presidente, continua a ajudar Fernanda Coelho, que lidera a instituição que apoia doentes oncológicos. Sediada na Avenida D. João IV, auxilia não só vimaranenses, mas também várias pessoas dos concelhos limítrofes recomendadas pelo Hospital de Guimarães. Ultrapassados os problemas oncológicos, as fundadoras quiseram ajudar quem sofre do mesmo problema: “Ajudamos a encarar o problema de outra forma”.

Para quem não conhece, como é que apresentaria a PPA?

A associação Um pensamento, uma Palavra, uma Atitude (PPA) é uma associação que existe há seis anos e foi criado para apoiar doentes oncológicos. Prestamos, na medida das nossas capacidades, auxílio aos doentes que chegam à nossa associação. Temos um protocolo com o Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães, que nos encaminham todas as pessoas que se possam enquadrar nos apoios que cá prestamos. Assim tem acontecido, temos apoiado diversas pessoas.

Que tipo de apoios é que estamos a falar?

Apoiamos de várias formas, como por exemplo com material hospitalar, nomeadamente cadeiras hospitalares e camas; medicação também. Ainda hoje apoiámos uma pessoa numa prótese capilar. Há, por exemplo, transportes para tratamentos e outros apoios vários. Prestamos também cuidados paliativos no Hospital de Guimarães, esta uma iniciativa mais recente.

Para além desses apoios que menciona, a vertente psicológica é também importante para as pessoas que estão nesta situação…

No Hospital Senhora da Oliveira há apoio psicológico. Não nos é muito pedido isso, mas é um trabalho muito importante e também aqui vamos ajudando, não numa vertente tão psicológica, mas uma palavra amiga. Para além dos apoios que prestamos temos também um ombro amigo, uma palavra, como é nome da nossa associação. Os doentes vêm cá, conversam connosco e vão mais otimistas, a encarar de forma mais positiva a doença. Vão ganhando ânimo e capacitando que a doença é para vencer, com força e vontade. Até por isso a associação é importante, porque ajuda a encarar o problema de uma outra forma, dentro dos possíveis, com mais confiança.

Tem ideia de quantas pessoas ajudam, em média?

Todos os anos temos apoiado cerca de uma centena de pessoas, conseguimos atender a esse número de pessoas, sendo nestas iniciativas que a nossa atividade se desenvolve. Estes são os principais apoios, mas dentro do que surgir, dependendo do âmbito e das necessidades das pessoas que nos batam à porte, estamos disponíveis para atender todos aqueles que tiverem necessidades de apoio. Além do Hospital, que naturalmente é de onde nos surgem mais casos, também temos outras pessoas que vêm ter connosco por sua iniciativa.

Estando a PPA sediada em Guimarães, são essencialmente vimaranenses as pessoas que recorrem à associação?

A nossa associação ainda não está muito divulgada, muito conhecida. Mas apoiamos não só em Guimarães, mas também em todos os concelhos limítrofes. Celorico de Basto, muita gente de Fafe. Ou seja, através do hospital chega cá muita gente da área de atuação do Senhora da Oliveira, por isso prestamos auxílio a muita gente, e não só de Guimarães.

A associação funciona com associados?

Sim, temos associados. A associação tem cerca de 300 sócios que pagam uma cota de doze euros por ano. Obviamente que ainda não temos estrutura para cobrar, se é que assim se pode dizer. Nem todos se lembram de pagar, tentamos alertar os associados, fazer esse trabalho. Temos alguns empresários que colaboram muito connosco. É assim, com os nossos associados, com os empresários que nos ajudam e com os eventos que realizamos que vamos conseguindo desenvolver a nossa atividade e alcançar os nossos objetivos. E, claro, contamos também com a Cãmara Municipal de Guimarães, como não podia deixar de ser, que também nos ajuda.

Que objetivos têm para o futuro da PPA – Um Pensamento, uma Palavra, uma Atitude?

Agora com os paliativos, no apoio que prestamos aos paliativos do hospital, necessitamos de mais equipamento. Temos todas as nossas camas – que são 12 – ocupadas. Estamos a pensar em adquirir mais camas e cadeiras de rodas: é o que faz falta neste momento. Estamos a pensar comprar mais, neste momento é a nossa principal meta, para podermos prestar esse apoio devidamente e com as condições necessárias.

Como mensagem final é importante referir que temos crescido muito, mas é verdade que ainda falta divulgar mais a associação para chegar a mais pessoas. Temos feito o possível por isso. Estamos abertos à sociedade quer para ajudar quem precisa de ajuda, quer para quem quiser ajudar. Precisamos de quem anos ajude, as pessoas podem vir ter connosco porque felizmente temos soluções.

Outubro Rosa com palestra no Hospital Senhora da Oliveira

Outubro é o mês da prevenção do cancro da mama e a PPA tem ajudado a assinalar o “Outubro Rosa” nos últimos anos, com diversas iniciativas. O ano passado esteve em Guimarães Marta Temido, então Ministra da Saúde, sendo Neno também uma figura querida da instituição, estando sempre disponível para ajudar na divulgação das caminhadas e outras iniciativas desenvolvidas. 

Este ano a data será assinalada com a realização de uma palestra que terá lugar no auditório do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães no dia 29 de outubro, um sábado. “Vamos organizar uma sessão de esclarecimento, um contacto direto, porque no nosso entender é falando diretamente com as pessoas que é possível entender melhor, e passar a nossa mensagem, da importância de realizar exames e de agir de forma preventiva desde início. Quanto mais cedo se detetar, mais provável é a cura”, destaca Fernanda Coelho, presidente da PPA.

A referida palestra está marcada para as 16h00, sendo o repto lançado a todos quantos queiram participar. “Fazemos o convite a toda a população, também vamos distribuir flyers para dar a conhecer o evento, porque era bom que tivéssemos o maior número possível de pessoas. Nunca é demais falar sobre o assunto e este mês é dedicado precisamente a isso”, explica. Antes disso, nos dias 15 e 16, a PPA estará no Guimarães Shopping “a dar um flyer a cada mulher e uma fita cor-de-rosa a cada mulher”.